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BRICS! Paraguai e Uruguai podem fazer parte de novo bloco comercial com países como Singapura, Nova Zelândia, Ruanda e Noruega

Rede News - Jornalista, Gilvandro Oliveira Filho

BRICS! Paraguai e Uruguai podem fazer parte de novo bloco comercial com países como Singapura, Nova Zelândia, Ruanda e Noruega
BRICS! Paraguai e Uruguai podem fazer parte de novo bloco comercial com países como Singapura, Nova Zelândia, Ruanda e Noruega (Foto: Reprodução)

Segundo o FT, o grupo deve ser formado por Singapura, Nova Zelândia e Emirados Árabes Unidos como membros fundadores principais. A eles se somariam Marrocos, Ruanda, Malásia, Uruguai, Costa Rica, Panamá, Paraguai e Noruega.

Caso o grupo de países se confirme, o novo bloco contará com dois países do Mercosul, o Uruguai e Paraguai.

Diplomatas e funcionários de diferentes regiões, incluindo Ásia, América Latina e Australásia, estão diretamente envolvidos nos planos.

Uma lista final de participantes ainda não foi confirmada, mas a proposta tem como base o comércio internacional “baseado em regras”.

Lançamento previsto

Segundo informações de diplomatas envolvidos, o grupo deve ser lançado oficialmente em uma reunião virtual marcada para novembro. Posteriormente, está previsto um encontro presencial para julho de 2026.

De acordo com uma pessoa próxima às negociações, a ideia inicial é construir uma coalizão voltada à abertura comercial e às regras internacionais. No entanto, há expectativa de que a iniciativa possa ganhar maior dimensão com o tempo.

Comércio digital em destaque

Um dos principais pontos de foco será a implementação de medidas de confiança no comércio digital. O objetivo é incentivar os países a tratarem documentos digitais e em papel da mesma forma, algo visto como essencial para agilizar processos e aumentar a eficiência.

Alguns países ainda não aceitam documentos em formato digital, o que gera barreiras. A padronização nesse aspecto é considerada fundamental para facilitar as transações internacionais.

Contexto internacional

O anúncio do FIT-P ocorre em paralelo à política comercial adotada pela administração Trump. Os EUA têm promovido acordos bilaterais rápidos, apelidados de “acordos de guardanapo”, com parceiros como União Europeia e Japão.

Esses movimentos, segundo diplomatas, fragilizam o princípio da “nação mais favorecida”, que garante tratamento igual a todos os parceiros comerciais. A prática também trouxe incertezas às cadeias globais de suprimentos.

Como resposta, a União Europeia e o bloco do Indo-Pacífico CPTPP já anunciaram planos para aprofundar seus laços, reforçando a defesa de um sistema baseado em regras.

Reações e expectativas

Cecilia Malmström, ex-comissária de comércio da União Europeia e integrante do Instituto Peterson de Economia Internacional, avaliou que o FIT-P pode se somar a esses esforços. Para ela, o grupo mostra que há países comprometidos com transparência e regras claras.

Segundo Malmström, a cooperação com a UE e o CPTPP poderia criar um movimento plurilateral, fortalecendo o comércio global. Foco em países menores

Funcionários próximos ao projeto destacaram que o FIT-P terá como característica reunir países menores. A intenção é criar um fórum mais ágil, capaz de encontrar consensos em áreas modernas como comércio eletrônico, assinaturas digitais e documentos online.

O modelo segue inspiração do Acordo de Parceria de Economia Digital (DEPA), criado em 2020 por Chile, Nova Zelândia e Singapura. A iniciativa serviu como referência porque estabeleceu bases para a economia digital e já recebeu a adesão da Coreia do Sul.

Próximos passos

Apesar da movimentação, nem todos os países citados confirmaram a adesão ao grupo. Alguns aguardam mais informações sobre benefícios e compromissos antes de tomar a decisão.

Os ministérios do comércio de Singapura e da Nova Zelândia se recusaram a comentar os planos até o momento.

O anúncio oficial deve ocorrer no próximo mês, marcando mais um capítulo nas disputas sobre o futuro do comércio internacional.

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