Lula cancela agenda e vai a velório de Mino Carta em São Paulo
Rede News - Jornalista Gilvandro Oliveira Filho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veio a São Paulo prestar condolências aos familiares do jornalista Mino Carta, que morreu nesta terça-feira (2/9) aos 91 anos após duas semanas de internação na UTI do hospital Sírio Libanês. Fundador da revista Carta Capital, o jornalista foi diretor das revistas Veja, Quatro Rodas e IstoÉ.
Lula esteve no cemitério São Paulo, na zona oeste da capital paulista. O presidente chegou ao velório pontualmente às 15h10, acompanhado dos ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), e o chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira.
Os deputados petistas Rui Falcão e Carlos Zarattini também acompanharam a comitiva presidencial, além do presidente do partido, Edinho Silva.
A presença do presidente ao velório de Mino Carta ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) começa o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na ação penal sobre tentativa de golpe de estado.
O fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, o jornalista Mino Carta, morreu nesta terça-feira (2) em São Paulo. Segundo a publicação, ele tinha 91 anos e "lutava contra os problemas de saúde, em idas-e-vindas do hospital".
A morte de Mino Carta foi confirmada às 5h59 pela revista que ele criou. A Carta Capital informou no seu site oficial e em suas redes sociais que a trajetória de seu fundador se confunde com a história do jornalismo brasileiro.
Nascido em Gênova, na Itália, o jornalista criou e dirigiu algumas das revistas mais influentes do país, como Quatro Rodas, lançada em 1960, Veja (1968), Isto É (1976) e Carta Capital (1994).
Também esteve à frente do Jornal da Tarde, criado em 1966, considerado revolucionário pela linguagem e diagramação.
A publicação lembra que até mesmo o maior fracasso de Mino, o Jornal da República, de 1979, em meio à abertura política, é visto como marco da imprensa nacional. Ao longo da carreira, enfrentou embates com a ditadura militar, especialmente quando a Veja publicou denúncias de tortura, o que resultou em censura e pressões.
Em entrevistas recentes, Mino demonstrava desencanto com a política brasileira e criticava os impactos da tecnologia sobre o jornalismo, afirmando que a imprensa estava “escravizada pelas novas mídias”.
De acordo com a Carta Capital, o jornalista dizia que sua maior realização foi a própria revista que fundou em 1994, construída sobre três pilares: fidelidade aos fatos, espírito crítico e fiscalização do poder. A publicação completou 31 anos em 2025.
Além da carreira editorial, Mino se dedicou à literatura, com romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas.
Amizade com o presidente Lula
Ao criar a revista Isto É, o jornalista estreitou as relações com o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao publicar a primeira grande entrevista com o líder sindical em 1978. Na época, Lula presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
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