Ciro Nogueira, do PP, é o maior aliado de Daniel Vorcaro no mundo da política
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A teia de relações construída por Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e preso nesta terça-feira pela Polícia Federal, revela o papel central desempenhado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) em sua ascensão no mundo político. A apuração é do jornalista Daniel Weterman, do jornal Estado de S. Paulo, que detalha como o banqueiro mineiro transitou com desenvoltura entre figurões da política e do mercado financeiro.
Segundo a PF, Vorcaro foi detido quando tentava deixar o País. Ele defendia publicamente a importância de “escolher as pessoas com quem se conectar”, princípio que norteava sua atuação e o levou a formar um círculo de poder com políticos de diferentes correntes ideológicas. Esse conjunto de relações está no centro das investigações que levaram à liquidação extrajudicial do Master pelo Banco Central e ao afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
A influência direta de Ciro Nogueira nas negociações em Brasília
Entre todos os seus contatos políticos, ninguém teve papel tão relevante quanto Ciro Nogueira. O senador foi considerado por interlocutores como o aliado mais próximo de Vorcaro em Brasília. Segundo pessoas que acompanharam as tratativas, Ciro foi consultado antes de o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, autorizar o BRB a avançar nas negociações para adquirir parte do Banco Master.
O grupo político ligado ao senador — que inclui o presidente do União Brasil, Antônio Rueda — articulava apoio a Ibaneis para as eleições de 2026. Nessa engrenagem, Ciro também apadrinhou a escolha de Alexandre Cordeiro para a presidência do Cade, órgão que classificou a operação como “simples”. Nem Nogueira nem Ibaneis comentaram o caso. Vorcaro e Ciro apareciam juntos com frequência em seminários internacionais, que reúnem políticos e empresários.
O caminho até a tentativa de venda do Master ao BRB
As conversas para que o BRB adquirisse parte do Banco Master começaram em novembro do ano passado. Em janeiro, o banco brasiliense iniciou auditorias para avaliar se a operação poderia fortalecer sua atuação em áreas como cartões privados e banco digital. A proposta, porém, chamou a atenção do Banco Central e se tornou alvo da PF, que identificou fraudes na operação e desencadeou a ação que levou à prisão de Vorcaro.
Outro nome influente que se aproximou do banqueiro foi Fábio Faria, ex-ministro das Comunicações, que o apresentou a outros articuladores políticos. O ex-ministro não comenta a relação.
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