Desviar do Buraco": A Foz do Iguaçu Real sob a Gestão Silva e Luna
RedeSat
FOZ DO IGUAÇU, PR — A gestão do prefeito General Silva e Luna (PL) à frente de Foz do Iguaçu tem sido alvo de crescentes críticas, que vão além dos embates políticos na Câmara Municipal. Moradores e setores do turismo apontam um abismo entre o discurso oficial de "cidade em transformação" e a realidade das ruas, marcada por infraestrutura precária, problemas de segurança e a percepção de falta de preparo do Executivo para os desafios locais.
A insatisfação popular ganhou voz e as redes sociais, onde a administração municipal é frequentemente cobrada por problemas que afetam diretamente o dia a dia da população e a imagem da cidade como destino turístico internacional.
Do "Desviar do Buraco" aos Pontos de Drogas
Um dos momentos que cristalizou a insatisfação foi a fala do próprio prefeito sobre os buracos nas ruas. Questionado sobre a manutenção das vias, Silva e Luna teria sugerido de forma simplista que os motoristas deveriam "desviar do buraco", uma declaração que gerou indignação e foi interpretada como descaso com a segurança viária e a zeladoria urbana. Em outubro de 2025, a pressão sobre o problema dos buracos resultou inclusive na troca de comando da Secretaria de Obras.
Paralelamente à infraestrutura, a questão da segurança pública é uma preocupação constante. Relatos de pontos de uso de drogas visíveis em áreas que deveriam ser cartões-postais da cidade contrastam com o fluxo de turistas que visitam as Cataratas do Iguaçu e outros atrativos. Embora a segurança pública seja uma responsabilidade compartilhada entre município e estado, a falta de ações visíveis da prefeitura na prevenção e no cuidado social nas áreas afetadas é criticada. A violência, inclusive, teve um aumento nos índices de furtos e roubos no primeiro semestre de 2025.
A Percepção de um Cargo "Caiu no Colo"
Críticos da gestão argumentam que a prefeitura "caiu no colo" do General Silva e Luna, uma vez que sua experiência anterior estava majoritariamente ligada à gestão de grandes instituições como a Itaipu Binacional e a Petrobrás, e não à política miúda e complexa de um município com grandes demandas sociais e de base.
Essa percepção de despreparo se intensificou após uma entrevista do prefeito em setembro de 2025, onde ele gerou "mais dúvidas e confusão do que respostas claras" ao falar de projetos de saúde, como a construção de UPAs, sem saber especificar detalhes básicos como a localização dos bairros.
Enquanto a prefeitura tenta emplacar uma narrativa de "trabalho técnico", a realidade no asfalto e nas comunidades mostra uma cidade que exige soluções práticas e imediatas, pressionando a gestão que enfrenta, atualmente, três CPIs na Câmara de Vereadores.
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