Inauguração da ponte: incompetência grave, desculpa conveniente ou algo mais sério?
RedeSat
O que ocorreu durante a inauguração da ponte não foi um simples imprevisto técnico. Foi um fracasso de organização que expôs despreparo, negligência e uma condução amadora de um evento que exigia excelência absoluta. E é preciso afirmar com todas as letras: a responsabilidade não é do presidente Lula.
A tentativa de culpar o chefe de Estado pela reação diante do caos é uma inversão conveniente dos fatos. Lula não foi mal-educado, não perdeu o controle e não criou o problema. O presidente teve seu discurso interrompido, o microfone falhou e a energia foi cortada em pleno evento oficial — algo inaceitável em qualquer país sério, ainda mais em uma cerimônia ligada à Itaipu, símbolo mundial de geração de energia.
Cabe a pergunta inevitável: onde estava Carlos Carboni ocupa o cargo de Diretor de Coordenação na Itaipu Binacional? Quem respondeu pelo planejamento da comunicação, da estrutura técnica, do som, da energia e dos protocolos de contingência? Em eventos dessa magnitude, não existe “surpresa”. Existe previsão — ou incompetência.
Falar em “falta de energia” como explicação é quase um insulto à inteligência do público. Em uma região abastecida por uma das maiores usinas do planeta, a ausência de geradores, redundância e planos de emergência não é falha menor: é erro grosseiro. Se havia estrutura e ela falhou, a gravidade é ainda maior. Se não havia, o despreparo é indefensável.
A irritação do presidente Lula foi institucional e legítima. Qualquer líder que respeite o cargo reagiria diante de um constrangimento dessa dimensão, transmitido ao país e observado internacionalmente. Transformar essa reação em ataque pessoal ao presidente é tentativa clara de desviar o foco da incompetência.
Duas hipóteses permanecem de pé e exigem resposta pública: incompetência extrema ou sabotagem. Em qualquer cenário, alguém falhou gravemente. E esse alguém não ocupa o Palácio do Planalto, mas sim os bastidores da organização do evento.
Usar a “queda de energia” como desculpa encerra o debate apenas para quem não quer investigar. O país exige mais: nomes, explicações e responsabilização. A inauguração de uma ponte não pode terminar no escuro — nem literal, nem institucional.
Proteger o presidente Lula, neste caso, não é questão política. É questão de verdade.
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