Roraima leva ao mundo modelo de desenvolvimento aliado à preservação Estado apresenta safra recorde e avanços em políticas ambientais às vésperas da maior cúpula climática do planeta

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A menos de três meses da COP 30, que será realizada em Belém (PA), Roraima se prepara para mostrar resultados expressivos na conciliação entre crescimento econômico e conservação ambiental. O Estado alia riqueza hídrica, controle do desmatamento e preservação de terras à produção agrícola, e neste ano colhe uma safra recorde de grãos, exemplo de que é possível crescer sem degradar.

Desde 2019, o Governo de Roraima implementa políticas estratégicas que fortalecem essa agenda, como a criação de unidades de conservação, a política estadual de recursos hídricos, o Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas e sistemas modernos de monitoramento ambiental.

“Nosso compromisso é trabalhar para que o Estado siga se desenvolvendo sem causar danos ao meio ambiente, contribuindo para reduzir os efeitos climáticos no mundo. Temos mais de 65% do território protegido por Terras Indígenas, Unidades de Conservação, áreas militares e outras categorias. Nos 35% restantes, atuamos e incentivamos boas práticas ambientais e gestamos ótimos resultados de preservação e uso responsável da terra para os roraimenses”, destacou o governador Antonio Denarium.

Monitoramento e gestão ambiental

Um dos avanços da atual gestão é o Sistema de Informação Geográfica e Gestão Ambiental de Roraima (Siggarr), ferramenta que integra dados geoespaciais, imagens de satélite, sensores remotos e relatórios de campo para monitorar, em tempo real, desmatamento, queimadas, uso irregular do solo e poluição hídrica.

A base de dados reúne informações históricas e atualizadas sobre uso do solo, licenciamento, unidades de conservação e incidentes ambientais, tornando a gestão mais eficiente e transparente. Esses serviços estão disponíveis no site da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).

Combate ao desmatamento e queimadas

Em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Roraima atualizou as metas do Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ-RR) no ciclo 2021-2024. O resultado foi uma redução média de 45,3% do desmatamento em relação a 2019, chegando a 436 km² em 2024.

Diante do sucesso, o Estado lançou o PPCDQ-RR 2025-2028, alinhado ao Acordo de Paris, com foco na diminuição das emissões de gases de efeito estufa e no fortalecimento de políticas sustentáveis.

Conservação da água e unidades de proteção

Entre as medidas de preservação, destaca-se a criação do Parque Estadual das Nascentes, em Rorainópolis, com mais de 323 mil hectares destinados à conservação dos mananciais do Baixo Rio Branco. Na mesma lei, foi instituída as Reservas de Desenvolvimento Sustentável Itapará-Boiaçu, Xeruini e Campina, com mais de 622 mil hectares. Nessas áreas, comunidades tradicionais mantêm atividades de pesca, extrativismo vegetal e artesanato.

A Diretoria de Recursos Hídricos da Femarh coordena a política estadual da água, garantindo uso racional e sustentável. O trabalho envolve monitoramento quase em tempo real de chuvas e rios, além de cooperação com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em projetos como o Monitor de Secas e segurança de barragens.

COP30 como oportunidade de inserção nacional

A COP30 será realizada de 10 a 21 de novembro. Para o evento, Roraima apresentará o conjunto de suas políticas ambientais, consolidado a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico, que delimitou áreas protegidas, zonas de produção e núcleos urbanos.

“Iremos apresentar todo o trabalho que o Governo de Roraima vem promovendo para o desenvolvimento sustentável. Começamos com o Zoneamento Ecológico-Econômico, que delimitou áreas protegidas, zonas de produção e núcleos urbanos. Hoje, mostramos que Roraima é um lugar seguro para investir, respeitando o meio ambiente”, afirmou Wagner Severo, presidente da Femarh.

Roraima como membro do Consórcio Amazônia Legal

Roraima integra o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que reúne os nove estados da região para articular políticas públicas conjuntas, ampliar a governança ambiental e fortalecer o protagonismo amazônico em agendas nacionais e internacionais.

O enviado especial para os estados amazônicos da COP30, Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia e responsável por representar e articular as demandas e contribuições dos estados da Amazônia Legal, destacou a importância da articulação regional:

“A COP30 representa uma oportunidade histórica para transformar promessas em políticas públicas com impacto direto nos territórios amazônicos. Para isso, é fundamental que os compromissos firmados se apoiem em planos robustos, construídos com participação social e territorial. O Consórcio da Amazônia Legal tem atuado como articulador entre os nove estados, garantindo que decisões internacionais se traduzam em ações concretas, captação de recursos e apoio técnico a projetos regionais.”

Nesse contexto, Roraima participa de iniciativas que serão apresentadas na COP30, como a Estratégia Amazônia 2050, o Diagnóstico de Crimes Ambientais, a Aliança pelo Transporte na Amazônia (com apoio do BID), o Projeto Regional das Secretarias Estaduais de Povos Indígenas e a 2ª Mostra de Cinema da Pan-Amazônia.